ANAIS :: ENAMA 2014
Resumo: 222-1


Poster (Painel)
222-1Gryllus assimilis COMO POTENCIAL VEICULADOR DE Cryptococcus neoformans
Autores:Baroni, F. A. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Abreu, D. P. B. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Makita, M.T. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Guedes, A. P. F. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) ; Antônio, D. S . N. (UFRRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)

Resumo

Calcula-se que mais de 700 espécies fúngicas parasitem e sejam carreadas por insetos, superficialmente ou no trato digestório. Muito se discute sobre a função dos insetos na veiculação de micro-organismos saprófitas, potencialmente patogênicos ou patogênicos. Baratas veiculam bactérias como Salmonella spp e Klebsiella spp e fungos como Cryptococcus neoformans, também isolado de pupas de moscas Sarcophagidae. Os grilos (Ordem Orthoptera, Família Gryllidae) são danosos à agricultura e pouco conhece-se da sua capacidade de albergar e veicular micro-organismos. Neste trabalho avaliamos experimentalmente esta possibilidade, especificamente com Cryptococcus neoformans. Utilizou-se 25 grilos da espécie Gryllus assimilis, acondicionados em aquário seco, em temperatura ambiente, contendo recipientes com algodão embebido em água, com húmus e abrigo, alimentados com ração de coelho. Após seis dias, cinco insetos foram sacrificados e utilizados como controle, para descartar a possibilidade de presença do agente antes da exposição. Os demais foram realocados no aquário higienizado e submetidos a igual manejo, porém com ingestão da levedura. Foi preparada suspensão salina de uma amostra padrão de C. neoformans em acordo com o grau 4 de Mc Farland (10mL) utilizada para umedecer a ração. Após 14 dias, os insetos foram insensibilizados por vapores de éter, sendo transferidos para frascos com salina e cloranfenicol para lavagem externa por agitação, em capela de segurança biológica nível II. Após, cada inseto foi submetido à exposição dos órgãos e coleta dos conteúdos intestinal e estomacal, semeados em meio dopamina. Uma alíquota de 1 mL do lavado externo e fezes previamente diluídas dos animais, foram semeadas no mesmo meio. Não houve crescimento de C. neoformans a partir do “lavado externo”. 85% dos conteúdos internos (17 de 20) resultaram em crescimento de C. neoformans, evidenciado por colônias marrons, também emergentes na semeadura das fezes. Verificou-se que G. assimilis tem potencial de veiculação de C. neoformans, pois é capaz de ingerir a levedura, exótica à sua biota, e albergá-la por vários dias. Em tese, o microrganismo, presente em várias fontes saprofíticas, incluindo algumas espécies arbóreas, pode ser veiculado por este inseto, podendo ser recuperado, viável, após ingestão. Dentro do período e padronizações relatados, as células de C. neoformans não promoveram o óbito e/ou qualquer influência perceptível. Tampouco observou-se rejeição ao alimento e alterações comportamentais. Não foi possível avaliar se a passagem das leveduras pelo trato digestivo alterou características fisiológicas, promoveu alterações ou mutações e aumento ou diminuição de virulência.


Palavras-chave:  Cryptococcus neoformans, Gryllus assimilis, Levedura, Patogenicidade, Veiculação